Fazendo um favor para um amigo que me pediu um espaço no blog para manifestar sua opnião sobre tal assunto que realmente deve ser revisto pelas igrejas.
André Lodeti
André Lodeti
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Eu poderia escrever um livro completo sobre este assunto, pois como dizem, dá muito “pano pra manga”. Responder este questionamento de pronto é impossível. E irei explicar o porquê.
As Igrejas que defendem os usos e costumes se amparam em releituras do Antigo Testamento ou em versículos isolados do Novo Testamento.
A primeira coisa é definir usos e costumes, o dicionarista Adriano da Gama Cury define como “uso, prática habitual; modo de proceder; característica, particularidade; prática jurídica ou religiosa não escrita, baseada no uso; moda; traje característico ou adequado...”
É preciso também dissociar costume de doutrina. Doutrina de homens é condenável bíblicamente, costume é algo local, que cada Igreja tem o seu.
É óbvio que não há na Bíblia Sagrada nenhum versículo que diga que é proibida uma mulher de usar calças. Mas se levarmos em consideração o que diz a Bíblia, podemos chegar a uma explicação plausível e que até inocenta quem inventou tal coisa. Em Colossenses 2.22 diz:
“As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens”.
Se pegarmos o capítulo inteiro veremos que o apóstolo dá uma “dura” na Igreja dos colossenses por estarem se desviando da fé e perecendo no caminho.
Nessa “dura” o apóstolo cita doutrinas de homens, que é o que estamos vendo hoje.
Já escrevi um artigo provando pela própria Bíblia que o uso de jóias não é pecado (p. ex. Gn 41.42) mas os usos e costumes é um tema tão abrangente que eu precisaria de um livro inteiro para discorrer sobre ele.
Veja bem, tiramos como exemplo a igreja dos Corintíos. Havia entre eles o costume do uso do véu entre as irmãs (p. ex. 1Co 11.6). Entre os corintíos também havia um costume do qual o apóstolo se admirava: o dos cabelos longos veja em 1Co 11.15:
“Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu.”
Hoje temos ministérios de todos os tipos, para todos os gostos e tribos. O que, aliás, acho muito bom. Mas o fato é que cada Igreja tem seu costume e a Bíblia deixa facultado isso a cada Igreja.
Por exemplo: na Igreja “x” mulher não pode cortar o cabelo, mas na Igreja “y” mulher pode cortar o cabelo, mas não pode usar calça... E por ai vai...
Há Igrejas que o pregador é tatuado, com piercings, alargadores e é uma bênção. Ora, esse é um costume daquela denominação.
Então a conclusão é que a Bíblia não proíbe nenhuma Igreja de determinar usos e costumes. Mas há exageros da parte de algumas denominações, como por exemplo, cortar do rol de membros quem comete falta nos usos e costumes.
Antes de dar meu exemplo evangélico irei falar das Testemunhas de Jeová. Antigamente era proibido entre eles a doação de órgãos. Hoje não é mais. Então me diga: quem foi dissociado por ter doado/recebido órgãos? O que aconteceu com eles?
O mesmo digo dos irmãos que tiveram seus nomes riscados do rol de membros das Igrejas. E aí? Foram remanejados para o céu depois que ficou permitido o uso de calça e o corte de cabelo ou assistir TV, por exemplo?
Desafio aqui qualquer pastor a me dar a resposta: o que aconteceu com esses membros? A denominação os tirou do inferno e os levou pro céu? Isso me parece catolicismo, com a doutrina do purgatório.
O argumento é que não há argumento. A Igreja fez justamente o que o apóstolo condenou: doutrinas de homens. E agora paga o preço pela hipocrisia. Uma mulher de calça pode ser tão ou mais santa que uma que só se veste de saia. Não podemos resumir nossa vida cristã nisso, pois seria perda de tempo e aliás, muitos esquecem que temos um “Ide” a cumprir.
Costumes do qual eu defendo é, por exemplo, na liturgia do culto, na vestimenta dos pastores, na ornamentação dos templos, etc.
Mas não algo imposto que faça ser riscado por um homem o filho de Deus do rol de membros. Rol de membros nada tem a ver com o Livro da Vida. Acho que alguns líderes se esquecem disso.
Cada Igreja tem direito de determinar seus costumes, mas não o de discriminar quem a descumpre, pois isso é além de anti-bíblico, anti-ético.
Outra verdade que não posso deixar de falar é de costumes tirados da Bíblia. O véu, por exemplo: era um costume da igreja dos Corintíos. Não é uma ordenança bíblica. O mesmo com o ósculo santo. Naquela época era algo normal, comum. Hoje em dia pode querer dizer outra coisa...
A conclusão é que: Precisa-se dividir costume de doutrina. Costume é uma coisa, agora se uma doutrina foi criada por homens, é heresia. E (1) cada denominação tem o direito de assumir usos e costumes, (2) mas isso não dá o direito de cortar alguém do rol de membros ou discriminá-lo e (3) não há nenhum relato de usos e costumes da Bíblia que devemos fazer hoje.
Espero ter contribuído na sua caminhada Cristã. E deixo aberto o espaço para a discussão caso você concorde ou discorde de alguma coisa.
Em Cristo.
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